Mediante estas belas mentiras...

digo sempre o que tenho de verdade.

13.8.07

Então Conta-Me o Teu Sofrer

A solidão das horas, a solidez das formas
Dias tão nublados, chuvas sempre ácidas
De folhas e folhas que caem sempre secas
De pétalas e pétalas já desvanecidas

Esses assassinatos, essas amputações
Esse diário banquete de cadáveres
Esse estrondo de absurdos
Esse silêncio de tudo o que nos resta

Essas vozes que não cantam mais a vida
Essa enxurrada de mentiras canônicas
Essa aventura tão cara de frustrar-se
Essa velocidade de perder todas as cores

Esses amores rudes, tão frios e tão frívolos
Esse medo tolo de estender as mãos
Esse modo triste de abrir os braços
E receber o mundo que se acaba num abraço