
Agora, eu tomo as asas de um anjo caído
E tomo toda a melancolia de sua solidão
Toda a sua penumbra é a minha escuridão
E o seu silêncio frio canta o meu choro escondido
As lágrimas afogam as palavras perdidas
E o meu peito sofre de uma dor desesperada
Que pulsa mais forte ao ver sua face maculada
E ao provar a angústia das suas despedidas
Como é doce o amor, que tão logo nos traz
O manto que cobre a saudade e permite a paz
E tão logo os pesares não são mais sentidos;
Tão logo os versos tristes são esquecidos
Não peça que eu te prometa, meu anjo,
Que poderei fugir da minha única certeza;
Que não mais beberei nas fontes secas da tristeza;
Pois a minha dolorosa sentença não afaga o teu desejo
Mas diante de toda a eternidade do seu lar,
Coberto por suas asas, olhando em seus olhos, vou jurar
Que não será impossível te dar todo o meu amor
Que eu te guardarei comigo até o último sol se pôr