Mediante estas belas mentiras...

digo sempre o que tenho de verdade.

22.1.10

Desenlace

No ar, teu perfume,
pelos arredores

- Que belas as flores,
se virdes as flores...


Provar, dos teus lábios,
tão doces sabores

- Que belas as flores,
oh, todas as flores!


Ver nesses teus olhos,
tão cheios de cores

- Que belas as flores,
e quantas as flores!


Teu corpo ofegante,
tão quentes vapores

- Que belas as flores,
não vistes as flores?


Teu nome na noite,
em meio aos rumores

- Que belas as flores,
tão poucas as flores...


A voar um bilhete
pelos corredores

- Que belas as flores,
se todas as flores...


Tão pouco o ciúme
nos interiores

- Que belas as flores,
e nem mesmo as flores.


A estrela cadente,
na trilha das dores

- Que belas as flores,
não culpem as flores.


Ao mar, complacente,
aos seus pescadores

- Que belas as flores
quando não há flores.

2 comentários:

Hudson Túlio disse...

Seus versos exalam frescor. Gostei.

Karina disse...

A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos...

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