Mediante estas belas mentiras...

digo sempre o que tenho de verdade.

4.4.10

Epitáfio V

Quando este blogue ainda tinha leitores, repetia-se sempre a mesma (ingênua) pergunta: "é você mesmo quem escreve?" Sim, sempre eu. Dificilmente incluo aqui coisas dos outros. Talvez a única exceção tenha sido um trecho de "Limite Branco", romance do Caio Fernando Abreu. A razão para ter publicado este texto neste blogue é a mesma que me traz aqui desta vez, de novo rompendo com a ideia de apresentar apenas coisas próprias: mexeu comigo; e quero compartilhar com vocês.

Trata-se de uma passagem, um capítulo, na verdade, de um conto de Marçal Aquino intitulado "Sete epitáfios para uma dama branca". Chama-se "Epitáfio V". Uma obra-prima. Apresento um pedacinho para adoçar-lhes a boca. E depois segue o link para o arquivo em pdf. É curtinho. Curtam. Leiam. Sintam.


"
Terá ela fingido alguma vez que a coisa estava muito boa quando estava apenas morna? Compreendeu o significado da palavra “sacrifício” a tempo? Será que ela se orgulhou de algo de que deveria se envergonhar? Será que se lembrava da primeira vez que viu o mar? Do primeiro beijo? Será que ela se sentiu digna em alguma oportunidade? E suja?"

AQUINO, Marçal. “Sete epitáfios para uma dama branca”. In: O amor e outros objetos pontiagudos. São Paulo: Geração Editorial, 1999. pp.30-32.

Um comentário:

Unknown disse...

Tinha leitores? Ainda tem! Sempre, apenas não comento, mas adoro ler SEUS escritos.

"Será, que como eu, ela achava que a felicidade é um negócio que inventaram para enganar os pobres, os feios e os esparançosos?"....heheheheh...

Gostei do texto!

Beijãoo querido!
Má (Marcela viu? Caso não lembre - do Jd São Paulo,sabe?)