Morena, se eu fosse dizer
o quanto eu te amo.
Morena, o que sei
é o que o mundo inteiro não sabe
do amor
Que eu tão mal conheço,
tão bem reconheço
que toma-me o peito
e me larga no chão
Morena, os teus olhos escuros
são mistério
são antes da lágrima, aflição
Morena, estes olhos escuros
foi primeiro por eles que
me apaixonei
Os teus olhos, morena,
estes olhos que naquela tarde
eu tanto procurei
Estes teus olhos, morena,
contam mais da tua alma
que a tua doce voz
Ah, eu nunca saberei
como podes ser tão livre
como podes ser tão forte
Morena, tua dor
é o encanto que escurece
estes teus olhos
Que eu tão mal conheço,
tão bem reconheço
que tomam-me a voz
e eu não sei dizer não
Este teus olhos, morena,
como eu os quero tão perto
me dizendo o que ainda não sei
Tão perto, morena, e mais perto...
Mas nunca perto o bastante estarei
Morena, se eu fosse dizer
o quanto eu te amo.
13.10.07
13.8.07
Então Conta-Me o Teu Sofrer
A solidão das horas, a solidez das formas
Dias tão nublados, chuvas sempre ácidas
De folhas e folhas que caem sempre secas
De pétalas e pétalas já desvanecidas
Esses assassinatos, essas amputações
Esse diário banquete de cadáveres
Esse estrondo de absurdos
Esse silêncio de tudo o que nos resta
Essas vozes que não cantam mais a vida
Essa enxurrada de mentiras canônicas
Essa aventura tão cara de frustrar-se
Essa velocidade de perder todas as cores
Esses amores rudes, tão frios e tão frívolos
Esse medo tolo de estender as mãos
Esse modo triste de abrir os braços
E receber o mundo que se acaba num abraço
Dias tão nublados, chuvas sempre ácidas
De folhas e folhas que caem sempre secas
De pétalas e pétalas já desvanecidas
Esses assassinatos, essas amputações
Esse diário banquete de cadáveres
Esse estrondo de absurdos
Esse silêncio de tudo o que nos resta
Essas vozes que não cantam mais a vida
Essa enxurrada de mentiras canônicas
Essa aventura tão cara de frustrar-se
Essa velocidade de perder todas as cores
Esses amores rudes, tão frios e tão frívolos
Esse medo tolo de estender as mãos
Esse modo triste de abrir os braços
E receber o mundo que se acaba num abraço
21.5.07
Aquilo Que É Recôndito
Quando faço um verso
Converso
Se tenho um desejo
Versejo
Quero o que é o inverso
Não vejo
Problema nenhum em querer
Você
O que é segredo
Não conto
Quando sinto medo
Disfarço
Passeio sozinho
Transpasso
Vou longe ao pensar e pensar
Em você
Tristeza vem quando
Não quero
Mas desfaço sem
Desespero
Um sorriso quase
Sincero
Que tantas vezes já sorri
Pra você
O silêncio é bom
Companheiro
E eu que sempre fui
Solitário
Guardo dentro de um
Relicário
O amor que sonhei viver
Com você
Converso
Se tenho um desejo
Versejo
Quero o que é o inverso
Não vejo
Problema nenhum em querer
Você
O que é segredo
Não conto
Quando sinto medo
Disfarço
Passeio sozinho
Transpasso
Vou longe ao pensar e pensar
Em você
Tristeza vem quando
Não quero
Mas desfaço sem
Desespero
Um sorriso quase
Sincero
Que tantas vezes já sorri
Pra você
O silêncio é bom
Companheiro
E eu que sempre fui
Solitário
Guardo dentro de um
Relicário
O amor que sonhei viver
Com você
20.4.07
Caminho Fácil
Não quero ouvir mais as palavras tuas
Me cansam, me doem
Esqueces o que é leveza, pesas sobre mim
Não quero ver mais as caras tuas
Me cobram, me aviltam
Fazes de mim o que eu não quero ser
Mas caminharei
Tão leve como nunca foste
Leve como nunca pudeste
Caminharei
Quase como se não existíssemos
Tu, que nunca ficaste
Eu, que nunca partira
8.4.07
Sobre Os Dias Que Nos Foram Roubados
É o silêncio desta tarde quente
Que me faz ouvir a música das folhas que caem,
Que vão caindo porque já é outono.
E eu só lembro de você porque você sempre cai em mim,
E eu só lembro de você porque você está sempre comigo,
Está ligado a quase um terço das coisas que eu penso,
Está dentro do meu estojo, dentro do bolso da minha bermuda,
Está dobrado e guardado pra poder caber em mim.
...Eu não queria falar em saudade.
Que me faz ouvir a música das folhas que caem,
Que vão caindo porque já é outono.
E eu só lembro de você porque você sempre cai em mim,
E eu só lembro de você porque você está sempre comigo,
Está ligado a quase um terço das coisas que eu penso,
Está dentro do meu estojo, dentro do bolso da minha bermuda,
Está dobrado e guardado pra poder caber em mim.
...Eu não queria falar em saudade.
14.2.07
Poesia Paralisante de Sentido
"Não fosse isto
E era menos
Não fosse tanto
E era quase"
(Paulo Leminski)
Você pára por um tempo, vem um silêncio te abraçar.
Você fecha os olhos, respira fundo.
Quando abre os olhos novamente, ainda pode ver as cores correndo de volta para aquilo que lhes dá forma.
(post provocado inteiramente por Myriam Kazue, minha veterana querida de Letras da FFLCH/USP, que me mostrou este belíssimo pedaço da obra de Paulo Leminski.)
E era menos
Não fosse tanto
E era quase"
(Paulo Leminski)
Você pára por um tempo, vem um silêncio te abraçar.
Você fecha os olhos, respira fundo.
Quando abre os olhos novamente, ainda pode ver as cores correndo de volta para aquilo que lhes dá forma.
(post provocado inteiramente por Myriam Kazue, minha veterana querida de Letras da FFLCH/USP, que me mostrou este belíssimo pedaço da obra de Paulo Leminski.)
8.1.07
Teu Aniversário
Como eu queria que hoje fosse teu aniversário. Eu te ligaria bem cedo, e você atenderia rouca, com a voz preguiçosa de quem acabou de acordar, de quem pede para dormir por apenas mais cinco minutos.
Que vontade quase inexplicável eu sinto agora de cantar-te os parabéns e desejar felicidades nesta data tão querida que não é hoje, e, no entanto, eu queria muito que fosse.
Talvez repentina saudade da tua voz, do nosso tempo que foi, saudade de ti, a quem amei devotamente. Apenas ao pensar que é saudade consigo entender este meu desejo súbito e tão intenso de te sentir feliz, de te sentir risonha e desajeitada ao agradecer-me docemente o carinho, a lembrança deste dia que sei, não é hoje, mas que eu daria tudo para que fosse.
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